Leia o poema abaixo, de Cláudio Manuel da Costa: Quem deixa o trato pastoril amado Pela ingrata, civil correspondência, Ou desconhece o rosto da violência, Ou do retiro a paz não tem provado. Que bem é ver nos campos transladado No gênio do pastor, o da inocência! E que mal é no trato, e na aparência Ver sempre o cortesão dissimulado! Ali respira amor sinceridade; Aqui sempre a traição seu rosto encobre; Um só trata a mentira, outro a verdade. Ali não há fortuna, que soçobre; Aqui quanto se observa, é variedade: Oh ventura do rico! Oh bem do pobre! Sobre o poema em questão, leia as assertivas abaixo: I – O poema é construído como um soneto, portanto, faz jus ao retorno à Antiguidade Clássica ao valorizar a simetria e o ritmo que esta forma prioriza. II – O poema tematiza o desejo árcade de fugir da cidade e ir para o campo, representado no texto por qualidades associadas aos espaços correspondentes. III – O eu lírico associa a riqueza ao homem do campo, pelos valores que carrega; e a pobreza ao homem da cidade, por ser mesquinho e avaro. IV – Apesar de ser um poema árcade, as inversões usadas pelo poeta o tornam truncado, de difícil compreensão, possível influência do Barroco. Assinale a alternativa correta: A Somente a afirmativa I está correta. Somente as afirmativas I e II estão corretas. C Somente as afirmativas I e III estão corretas. D As afirmativas I, II e IV estão corretas. E Todas as afirmativas estão corretas.