Resposta :

A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo e estabeleceu as bases do Estado moderno. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas. Depois dela o rei não pôde mais suspender lei alguma e nem aumentar impostos sem a aprovação dos parlamentares. Estabelecia-se, assim, a superioridade da lei sobre a vontade do rei: era o fim do absolutismo. Para sintetizar a situação da monarquia no país, tornou-se costume dizer que, na Inglaterra, "o rei reina mas não governa". A monarquia adquiriu um caráter constitucional, tendo em vista a garantia das liberdades individuais. Desenvolveu-se, assim, o Estado liberal, no qual havia três poderes distintos: Legislativo, Executivo e Judiciário.

Em conseqüência das transformações políticas promovidas pelo parlamentarismo, os ingleses passaram a desfrutar de mais liberdade religiosa que outros europeus. Embora o anglicanismo predominasse, havia maior tolerância em relação a outras religiões: aos católicos e protestantes, era permitido celebrar seus cultos. Já na maioria dos reinos e principados europeus, o governo só permitia a prática de uma religião: "um rei, uma fé, uma lei". A tolerância religiosa inglesa foi acompanhada por uma maior liberdade de expressão política e filosófica, também proporcionada pela monarquia parlamentar. 
Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerado a primeira revolução burguesa da história da Europa: antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.

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