Resposta :

A Mesopotâmia realmente é o berço da civilização?

Com um estilo de vida sedentário e com base na agricultura, as práticas espirituais, que antes eram espalhadas, tornaram-se mais centralizadas e refinadas, resultando na religião. As pessoas construíram grandes templos e uma classe dominadora eclesiástica ocupou seu lugar no topo da estrutura de poder. Afinal, essas eram as pessoas que sabiam das intenções de deuses como Enlil (do vento) e Utu (do sol).

A religião também criou códigos morais de conduta, que geraram as leis formais. Conceitos legais, como restituição, retaliação e punição por acusações falsas eram simplificados.

A liberdade de não precisar sair à procura de alimentos também permitiu que as sociedades agrícolas se envolvessem em outras buscas, com recompensas mais difíceis de alcançar. A principal delas era a ciência. Acredita-se que os babilônicos tenham sido a primeira civilização a documentar o tempo. Eles criaram os minutos e os segundos, além de produzir um calendário. Esse avanço criou a base para a astronomia e a matemática [Britannica (em inglês)].

Porém, a civilização mesopotâmica também é considerada a responsável por inovações negativas, como expansionismo, impérios, escravidão e guerra. Em 2.300 a.C., as cidades independentes da Suméria foram reunidas sob o poder de um único soberano. A cidade capital, Ur, foi invadida e ocupada por um outro grupo mesopotâmico, os elamitas, apenas algumas centenas de anos mais tarde. E as epidemias e pestes começaram a aparecer, já que com tantas pessoas vivendo juntas em uma área pequena, elas podiam ser transmitidas facilmente de uma pessoa para a outra. Antes das cidades e da agricultura, as epidemias não podiam atingir pessoas, que viviam à procura de alimentos e moravam espalhadas e longe umas das outras.

Basicamente o que permitiu o sedentarismo na Mesopotâmia foi a descoberta da agricultura, pois com ela os seres humanos começaram a plantar e nisso não precisariam mais se mover de um lugar para o outro toda hora.

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