Há 150 anos, em 1866, foi publicado um trabalho que ficou conhecido como a base da genética: “Experimentos em hibridização de plantas”, de Gregor Johann Mendel. No ano anterior, em fevereiro e março de 1865, esse monge da Morávia (à época parte da Áustria, hoje República Tcheca) apresentou seu trabalho em duas sessões da Sociedade de Pesquisa Natural de Brünn, cidade hoje conhecida como Brno. Suas conclusões foram recebidas com uma indiferença que em nada sugeria o reconhecimento que viria mais tarde.

Mendel passou sete anos cultivando quase 30 mil plantas de ervilha, cujas partes reprodutivas ele dissecava minuciosamente para obter os cruzamentos controlados que lhe permitiriam entender como características simples, como cor das flores e formato das sementes, eram transmitidas de uma geração a outra. Os experimentos lhe permitiram inferir a existência de fatores recessivos e dominantes, que funcionam de acordo com duas leis da hereditariedade. [...]

A fama veio tardia, quando ele de fato já estava na tumba. Uma pergunta recorrente é porque as descobertas de Mendel foram ignoradas. O físico e historiador da ciência João José Caluzi, do campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp), debruçou-se sobre o conceito de prematuridade científica com sua aluna de mestrado Caroline Batisteti, em artigo publicado em 2010 na revista Filosofia e História da Biologia. Ele explica que Mendel é um exemplo de prematuridade científica porque suas conclusões não se conectavam com o pensamento do período. Mas o pesquisador não está convencido de que seja possível lançar esse olhar ao passado de forma isenta. “A questão da prematuridade é muito calcada no que nos interessa hoje”, afirma. [...]

Mendel morreu em 1884, aos 63 anos, sem ter encontrado quem desse importância a seu trabalho. Apenas na virada para o século XX, os botânicos europeus Hugo de Vries, Carl Correns e Erich Tschermak-Seysenegg se aproximaram dos mesmos resultados e descobriram o estudo publicado mais de três décadas antes. O zoólogo William Bateson se encarregou de difundir o trabalho e dar crédito a seu autor, providenciando a publicação do texto traduzido para o inglês, em 1901, na revista Journal of the Royal Horticultural Society. Foi aí que, de fato, nasceu a genética.


Fonte: GUIMARÃES, Maria. O legado de um monge invisível: ignorados no século XIX, experimentos de Gregor Mendel com ervilhas deram origem à genética. Pesquisa Fapesp, [S.I.], v. 239, n. 1, p. 91-92, jan. 2016. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-legado-de-um-monge-invisivel/. Acesso em: 30 abr. 2024.


O texto exposto aborda brevemente os estudos de Mendel bem como, sua importância para a descoberta da genética. Mendel teve seus estudos ignorados ao longo de sua vida, fazendo “sucesso” e adquirindo reconhecimento somente pós-morte. Todavia, sabe-se que seu legado é incontestável e de grande valia para a ciência moderna, uma vez que, as descobertas de Mendel permitiram que novos estudos fossem realizados.


Baseando-se nos conceitos abordados, bem como em seus conhecimentos, no que se refere às descobertas subsequentes baseadas nos ensinamentos de Mendel, analise as seguintes afimativas:

I - Endogamia: onde temos o cruzamento de indivíduos consanguíneos.

II - Pleiotropia: onde temos um gene influenciando diversos genótipos.

III - Os princípios da Codominância: onde temos dois alelos de um determinado gene se expressando simultaneamente, contudo de forma independente.

IV - Os princípios dos alelos múltiplos: onde temos alelos de genes diferentes atuando em conjunto, expressando-se simultaneamente.

V - Epistasia: onde somente um gene influencia determinada característica.


É correto o que se afirma em:

Alternativas
Alternativa 1:
I e II apenas.

Alternativa 2:
II e IV apenas.

Alternativa 3:
I, III e IV apenas.

Alternativa 4:
III, IV e V apenas.

Alternativa 5:
I, II, III, IV e V.

Resposta :

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