“As considerações éticas e políticas de John Locke vão ao encontro da vertente empirista de seu pensamento; nesse sentido, podemos caracterizá-la como uma ética utilitarista e voltada ao prazer (hedonista). É natural o indivíduo agir de forma a buscar a satisfação de seus desejos (estado natural), mas, ao mesmo tempo, ele tem a possibilidade de resguardar sua conduta para não efetivar sua ação no sentido de satisfazer-se e, ao mesmo tempo, prejudicar outrem. É necessário regular tal questão em termos de uma proposta que dê oportunidade a uma vida coletiva sadia. O pensamento de Locke voltado para a questão política foi consagrado no livro Dois tratados sobre o governo civil. Nela, o filósofo trabalhou com a distinção entre o estado de natureza e o estado de sociedade. Para Locke, a necessidade do estado social emergia da forma inconstante e instável do estado de natureza. Neste, há insensatez e imprudência, marcas de uma instituição jurídico-social inexistente. Dessa frouxidão quanto ao uso indevido da força, plenamente possível no estado de natureza, surge o desejo de delegar poder à entidade estatal para a elaboração de leis que mitiguem ações de um indivíduo que prejudique ou que, de alguma forma, cause dano a outro indivíduo. Ou seja, o Estado tem dois poderes: o de legislar (legislativo) e o de executar leis (executivo)”. (Ferreira, Fábio. História da filosofia moderna, [p. 122 e 123]. Curitiba: InterSaberes, 2015). Agora, leia as seguintes proposições: I - Para Locke os indivíduos, em seu estado natural, possuem direitos naturais e inalienáveis (vida, liberdade e propriedade). Para proteger esses direitos, as pessoas concordam em estabelecer um governo através de um contrato social. II - Segundo Locke, os indivíduos, em seu estado natural, não possuem nenhum direito ou liberdade inalienável, sendo completamente submetidos à autoridade do governo. III - A ética de Locke é baseada na ideia de que a política deveria ser totalmente baseada na vontade arbitrária e unilateral do governante. IV - Locke defe