O Bloqueio Continental imposto por Napoleão em 1806 visava a prejudicar a economia inglesa. Napoleão enfrentou, no entanto, reações adversas na Europa continental a na própria França. Comente essas dificuldades.

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Resposta :

O Bloqueio Continental foi uma medida tomada por Napoleão, que visava principalmente enfraquecer a Inglaterra e fortalecer a França. Todavia, não deu certo, já que com o Bloqueio, muitos países europeus ficaram insatisfeitos, pois consumiam produtos ingleses. E também, a Inglaterra comercializava com outros países da América, e portanto não afetava eles. A França sofreu com isso, pois acabou irritando os países europeus, e entrou no declínio.
É interessante refletir que, quando o Bloqueio Continental ocorreu, Napoleão estava à frente do maior exército do mundo, praticamente imbatível em terra. O maior adversário era a Inglaterra, haja vista que era o país que tinha a melhor marinha da época.

O problema consistia quanto à geografia do inimigo. A Grã-Bretanha é um conjunto de ilhas. Mesmo assim, a França tentou chegar à Inglaterra, mas sofreu uma forte derrota dos navios franceses na Batalha de Trafalgar.

Com isso, Napoleão perdeu o controle do Atlântico e desistiu de atacar a Inglaterra diretamente, seja por meio de enfrentamento entre navios, seja por tentar levar os exércitos em embarcações para tentar dominar os ingleses.

Desse modo, Napoleão tenta enfraquecer a Inglaterra economicamente ao proibir que todos os países do continente europeu comercializassem com a Inglaterra, bem como de receber navios franceses em seus portos.

As reações adversas (efeitos colaterais) causadas pelo Bloqueio continental foram:

1. Os britânicos passaram a apreender e confiscar os navios de países neutros que se dirigiam aos portos franceses. Desse modo, houve escassez de produtos coloniais nos países participantes do Bloqueio, inclusive na França. Isso ocorreu em razão dos os franceses não conseguirem substituir os ingleses enquanto fornecedores das manufaturas que os europeus demandavam (tais como tecelagens, vidros, pólvora, farinha de trigo, armas, ferramentas etc).  Ao mesmo tempo, não foram capazes de comprar a mesma quantidade de matérias-primas dos países da Europa Central e Oriental; ao mesmo tempo não aceitavam o livre comércio com seus aliados. Desse modo, houve um grave problema econômico generalizado, criando insatisfação e estimulando uma visão negativa contra a França e Napoleão, haja vista que a Europa como um todo dependia do comércio ultramarino internacional, especialmente das colônias americanas;

2. Com a dependência do comércio marítimo e dos produtos ingleses em contraponto ao medo de punições caso Napoleão fosse desobedecido, houve um crescimento gigantesco do contrabando e da corrupção entre os funcionários franceses para deixarem passar as mercadorias inglesas por meio, por exemplo, do Mar Báltico e o Mar do Norte. Mesmo assim, produtos como o café, o açúcar da cana de açúcar, o algodão, o tabaco ficaram caros e difíceis de conseguir. Os franceses tentaram estimular a produção de açúcar extraída da beterraba e a plantação de algodão no sul da europa, mas tais medidas eram inúteis ou insuficientes;

3.  Com o bloqueio, a Inglaterra passou a ampliar seus mercados, fortalecendo sua presença na Ásia e Oceania;

4. A maior reação adversa que a França enfrentou entre os países foi a desobediência de Portugal em fechar os portos à Inglaterra, culminando com a fuga para o Brasil da família real, dos funcionários públicos, da corte, bem como de muitos outros. Desse modo, o Império Português seguiu mantendo comércio com os britânico, garantindo um mercado importante para o comércio inglês.

Podemos concluir que, apesar das dificuldades causadas à Inglaterra devido ao bloqueio continental, prevaleceu a análise econômica de John Evelyn, realizada ainda no século XVI, "Quem controla o Oceano, controla o comércio do Mundo; quem controla o comércio do Mundo, controla a riqueza do Mundo; quem controla a riqueza do Mundo, controla o próprio Mundo".

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