Resposta :

O título de minha comunicação menciona duas metáforas: “ computadores são cérebros eletrônicos”, “cérebros são computadores orgânicos”. Devo dizer que o emprego dessas figuras de linguagem não é resultado de qualquer preocupação oratória ou retórica. Acho que o uso das mencionadas metáforas em diferentes fases da curta história dos computadores é significativo, pois o raciocínio metafórico revela e, contraditoriamente, esconde a “verdade”.
Os conceitos que governam nosso pensamento não são apenas uma questão do intelecto. Eles também governam o modo como atuamos no dia-a-dia, envolvendo detalhes aparentemente banais. Nossos conceitos estruturam o que nós percebemos, como nos “viramos” no mundo, como nos relacionamos com outras pessoas. Nosso sistema conceitual, portanto, desempenha um papel central na definição das realidades cotidianas. Se estivermos certos ao sugerir que nosso sistema conceitual é em grande parte metafórico, a maneira como pensamos, o que experienciamos  e o que fazemos no dia-a-dia é sobretudo uma questão de metáfora.
Coloquei em negrito:


O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo
O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda
Só eu posso pensar
Se Deus existe
Só eu
Só eu posso chorar
Quando estou triste
Só eu
Eu cá com meus botões
De carne e osso
Eu falo e ouço. Hum
Eu penso e posso
Eu posso decidir
Se vivo ou morro por que
Porque sou vivo
Vivo pra cachorro e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
No meu caminho inevitável para a morte
Porque sou vivo
Sou muito vivo e sei
Que a morte é nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de ferro e seus
Olhos de vidro

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