*O Verde*
(Inácio de Loyola Brandão)
Estranha é a cabeça das pessoas.


Uma vez, em São Paulo, morei numa rua que era dominada por uma árvore incrível. Na época da floração, ela enchia a calçada de cores. Para usar um lugar-comum, ficava sobre o passeio um verdadeiro tapete de flores; esquecíamos o cinza que nos envolvia e vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos desta cidade. Percebi certo dia que a árvore começava a morrer. Secava lentamente, até que amanheceu inerte, sem folha. É um ciclo, ela renascerá, comentávamos no bar ou na padaria. Não voltou. Pedi ao Instituto Botânico que analisasse a árvore, e o técnico concluiu: fora envenenada. Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos na árvore um verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador. Cheios de suspeitas, fomos até ela, indagamos, e ela respondeu com calma, os olhos brilhando, agressivos e irritados:
— Matei mesmo essa maldita árvore.
— Por quê?
— Porque na época da flor ela sujava minha calçada, eu vivia varrendo essas flores desgraçadas.


ENTENDENDO O TEXTO

1. Porque no começo do texto, o narrador afirma “Estranha é a cabeça das pessoas”.

2. A pessoa que conta a história participa dela?

3. Por que a árvore foi morta?

4. Qual é o espaço, ou seja, onde se passa a narrativa, quais são seus elementos?

5. De acordo com o que estudamos sobre a narrativa, quais são seus elementos?

6.indiqu no texto, os elementos da narrativa abaixo:

a) Narrador:

b) Espaço:

c) Enredo:

d) Clímax:

e) Desfecho

Resposta :

1. "Estranha é a cabeça das pessoas": Uma Reflexão Inicial

A frase "Estranha é a cabeça das pessoas" parece ser uma reflexão inicial do narrador sobre a atitude da vizinha que envenenou a árvore. A expressão transmite a perplexidade e a reprovação do narrador diante da ação sem sentido da vizinha.

2. A Participação do Narrador na História

Sim, o narrador participa da história. Ele é um morador da rua e testemunhou os eventos que ocorreram com a árvore. A narrativa é contada em primeira pessoa, revelando os pensamentos e sentimentos do narrador.

3. A Morte da Árvore: Um Ato de Egoísmo

A árvore foi morta pela vizinha de meia-idade porque ela se incomodava com as flores que caíam na calçada em época de floração. A atitude revela a falta de empatia e o egoísmo da vizinha, que priorizou seu próprio conforto em detrimento da beleza e da vida da árvore.

4. O Espaço: Um Cenário Urbano com um Toque Natural

A narrativa se passa em uma rua de São Paulo. O texto descreve elementos característicos da cidade, como o asfalto, o concreto e o cimento, que contrastam com a presença da árvore. A árvore representava um oásis de beleza e vida em meio ao ambiente urbano cinzento.

5. Elementos da Narrativa: Uma Estrutura Essencial

Vamos analisar os elementos da narrativa:

Narrador: É o personagem que conta a história. No caso, um morador da rua que presenciou os acontecimentos.

Enredo: É a sequência de eventos que compõem a história. No texto, podemos identificar a vida da árvore, sua morte por envenenamento e a descoberta do culpado.

Personagens: São os indivíduos que participam da história. No texto, temos o narrador, a vizinha, os moradores da rua e o técnico do Instituto Botânico.

Tempo: É quando a história se passa. No texto, não há indicação precisa, mas podemos inferir que se trata do presente.

Conflito: É o problema central da história. No caso, o conflito entre a vizinha e a árvore representa o conflito entre o individualismo e o bem-estar coletivo.

6. Identificando os Elementos no Texto

a) Narrador: O narrador é o morador da rua que conta a história em primeira pessoa.

b) Espaço: A narrativa se passa em uma rua de São Paulo, com elementos urbanos como asfalto, concreto e cimento, contrastando com a presença da árvore.

c) Enredo: O enredo acompanha a vida da árvore, sua morte por envenenamento, a investigação e a descoberta da culpada.

d) Clímax: O clímax ocorre quando a vizinha confessa ter matado a árvore, revelando suas motivações.

e) Desfecho: O desfecho apresenta a reação dos moradores à confissão da vizinha, deixando em aberto a questão da justiça e da perda da árvore.

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