No decorrer das aulas, você deve ter percebido que durante a produção criativa da obra literária, o escritor representa a sociedade na qual ele faz parte. Isto é, ele também passa a responder, dentro do próprio texto, aos anseios sociais e políticos. No livro Literatura e Sociedade (2000), do mestre Antonio Candido, temos a seguinte reflexão: “Isto quer dizer que o escritor, numa determinada sociedade, é não apenas o indivíduo capaz de exprimir a sua originalidade, (que o delimita e especifica entre todos), mas alguém desempenhando um papel social, ocupando uma posição relativa ao seu grupo profissional e correspondendo a certas expectativas dos leitores ou auditores.” (CANDIDO, 2000, p. 74). Fonte: CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. São Paulo: T&A Queiroz, 2000. Julgue qual é o comentário crítico de uma obra literária que corresponda aos anseios do autor Antonio Candido?
Dickens, por exemplo, utilizou a ficção para retratar e criticar os abusos morais da Era Vitoriana, demonstrando toda sua consciência social e um profundo compromisso com o debate acerca da opressão e diferenças de classes.
Em Oliver Twist, ele apresenta um cenário londrino sombrio, por meio da caracterização de uma criança órfã, vivendo em situação precária, miserável e opressora, remetendo à crueldade das Poor Laws (Lei dos Pobres), de 1834.
O personagem Holmes (inventado pelo autor Arthur Conan Doyle) também apresenta um lado mais próximo do mundano, sombrio e psicologicamente complexo, ao revelar seu vício em ópio e suas características nada ortodoxas.
Na peça My Fair Lady, de Bernard Shaw, os costumes e ideais vitorianos são retratados satiricamente, bem como a rígida divisão de classes (que, na verdade, apresenta certa mobilidade por se tratar já do período final do século XIX).

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